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https://www.repositorio.mar.mil.br/handle/ripcmb/847950
Título: | A aviação naval de asa fixa baseada em terra como alternativa às alas aéreas embarcadas: Uma proposta para o Brasil a partir do estudo dos casos soviético e argentino |
Autor(es): | Soares, Antonio José da Costa |
Orientador(es): | Monteiro, Alvaro Augusto Dias |
Palavras-chave: | Aviação Naval Aviação naval argentina Aviação naval brasileira Aviação naval soviética Guerra das Malvinas Marinha soviética Poder Naval |
Áreas de conhecimento da DGPM: | Aviação Naval |
Data do documento: | 2025 |
Editor: | Escola Superior de Guerra (ESG) |
Descrição: | RESUMO O uso intensivo de porta-aviões na Segunda Guerra Mundial (1939-1945) os consagrou como os novos navios capitais das esquadras, consolidando um paradigma de emprego da aviação naval baseado em alas aéreas embarcadas. Entretanto, seus custos tornaram-nos inacessíveis para muitas Marinhas, que buscaram alternativas para empregar o potencial do meio aéreo no mar. Este trabalho tem como objeto de estudo a aviação naval de asa fixa não embarcada. Por meio do estudo da Marinha da União Soviética, durante parte do período da Guerra Fria (1953-1985), e da Argentina, durante a Guerra das Malvinas (1982), objetiva-se identificar uma possível concepção de emprego da aviação naval de asa fixa não embarcada, aplicável à realidade brasileira. Considerando a natu- reza híbrida da aviação naval, entre o Poder Aéreo e o Poder Naval, a pesquisa aborda conceitos que associam o Poder Aeronaval aos objetivos da guerra no mar. Nesse contexto, Dyndal criou o conceito de Poder Aéreo Marítimo, definido como o componente do poderio aéreo de uma força dedicado aos propósitos marítimos, independentemente da plataforma de onde opere. O papel es- tratégico da aviação naval não embarcada fica evidenciado nos casos selecionados para estudo. No primeiro, durante a Guerra Fria, a Marinha soviética passava por um processo de expansão, com ênfase no desenvolvimento de submarinos e da aviação naval. Fatores geográficos, ideológicos e orçamentários levaram os soviéticos a não adotar plenamente o paradigma das alas aéreas embar- cadas, constituindo uma aviação naval composta de aviões de grande porte baseados em terra. Tendo como potenciais alvos os porta-aviões e submarinos ocidentais, a aviação naval soviética se orientou em torno das capacidades antinavio, antissubmarino e de esclarecimento, amparada no elevado alcance de suas aeronaves e mísseis. No segundo caso, a Argentina se viu compelida a operar sua aviação naval circunstancialmente a partir do continente. A aviação naval argentina, também orientada para as capacidades antinavio, antissubmarino e de esclarecimento, apresentou severas limitações nesses dois últimos quesitos, que comprometeram seu desempenho. Contudo, seu componente antinavio foi responsável pelos resultados mais expressivos do conflito. Ademais, os dados da campanha argentina permitem a constatação de que a aviação naval, apesar do número reduzido de meios, teve participação desproporcionalmente superior ao da Força Aérea Argentina. Em ambos os casos, a aviação naval não embarcada revelou-se apropriada para estratégias antia- cesso e de negação. Essas concepções são úteis ao Brasil, que, sem ambições hegemônicas, tem a necessidade de proteger as extensas águas jurisdicionais. A estruturação de uma aviação naval de asa fixa não embarcada, direcionada para as capacidades antinavio, antissubmarino e de esclareci- mento, pode representar uma alternativa adequada para o estabelecimento de uma sólida capacidade defensiva e dissuasória. Eventuais dificuldades orçamentárias para a implementação imediata de um modelo dessa natureza podem demandar a manutenção de “núcleos de competência”, como denominado por Vidigal, para a manutenção do conhecimento existente da operação de aeronaves de interceptação e ataque na Marinha do Brasil. Abordando distintas manifestações do Poder Naval, o trabalho adequa-se à Área de Concentração “Defesa, Governança e Segurança Marítimas” e à Linha de Pesquisa “Política e Estratégia Marítimas”. |
Abstract: | ABSTRACT The intensive use of aircraft carriers in World War II (1939-1945), especially in the Pacific, estab- lished them as the new capital ships of a fleet, consolidating a paradigm of naval aviation based on carrier air wings. However, the high costs of these assets made them inaccessible to many navies, which sought alternative ways to employ the potential of aircraft in maritime operations. This study focuses on land-based fixed-wing naval aviation. Through the case studies of the Soviet Navy dur- ing part of the Cold War period (1953-1985) and Argentina during the Falklands War (1982), the objective is to identify possible doctrinal concepts for employing land-based naval aviation, appli- cable to various contexts, including Brazil’s. Due to hybrid nature of naval aviation, situated be- tween Air Power and Naval Power, the research presents concepts that associate Naval Air Power with maritime warfare objectives. In this context, Dyndal introduced the concept of Maritime Air Power, defined as the air component of a force entirely dedicated to maritime purposes, regardless of the platform from which it operates. The strategic role of land based naval aviation becomes more evident in the selected cases. In the first case, during the Cold War, the Soviet Navy was undergoing an expansion process, with an emphasis on the development of submarines and naval aviation. Geographical, ideological, and budgetary factors led the Soviet Union to not prioritize carrier air wings, choosing instead a model based on large land-based aircraft. With Western aircraft carriers and submarines as potential targets, Soviet naval aviation focused on anti-ship, anti-sub- marine, and reconnaissance capabilities, supported by the long range of its aircraft and missiles. In the Argentine case, the withdrawal of the aircraft carrier from combat during the Falklands War forced Argentina to operate its naval aviation from the mainland. The Argentine naval aviation, also oriented towards anti-ship, anti-submarine, and reconnaissance capabilities, faced severe lim- itations in the latter two areas, which compromised its performance. However, its anti-ship compo- nent, despite being equipped with few missiles, achieved the most significant outputs in the conflict. Additionally, data from the Argentine campaign show that naval aviation, despite its limited assets, had a disproportionately greater impact on operational outcomes compared to the Argentine Air Force. In both cases, land-based naval aviation proved effective for denial strategies, aiming to prevent or limit enemy access to specific zones. These concepts may be relevant to Brazil, which, while lacking hegemonic ambitions, must protect its vast own waters. Establishing a land-based fixed-wing naval aviation structure focused on anti-ship, anti-submarine, and reconnaissance capa- bilities may represent a viable alternative to the carrier air wings paradigm, enabling a robust de- fensive and deterrent capability. Budget constraints for the immediate implementation of such a model may require maintaining "competency nuclei", as defined by Vidigal, to preserve existing expertise in the operation of interception and attack aircraft in the Brazilian Navy. |
Tipo de Acesso: | Acesso aberto |
URI: | https://www.repositorio.mar.mil.br/handle/ripcmb/847950 |
Tipo: | Trabalho de fim de curso |
Aparece nas coleções: | Defesa Nacional: Coleção de Trabalhos de Conclusão de Curso |
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